Um rombo de R$ 4,4 bi irá para conta de luz

Esse rombo foi causado por causa de falta de chuva! No ano passado, brasileiro já pagou R$ 6,14 bi por bandeira tarifária

A falta de chuvas que fez baixar o nível dos reservatórios das hidrelétricas no ano passado provocou, em 2017, um rombo de R$ 4,4 bilhões na conta que concentra a arrecadação das bandeiras tarifárias (cobrança excedente quando os reservatórios estão baixos e é necessário ligar as térmicas).

Esse déficit deve ser responsável, sozinho, por um aumento médio de oito pontos percentuais nos reajustes das contas de luz dos clientes de distribuidoras que passarão por revisões tarifárias no primeiro semestre. Os cálculos do impacto são da TR Soluções, empresa especializada em tarifas de energia.

No ano passado, os consumidores pagaram R$ 6,14 bilhões a mais nas contas de luz, devido à cobrança da bandeira tarifária, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Mesmo assim, o valor arrecadado não foi suficiente para cobrir todo o custo extra decorrente da geração de energia por meio de usinas térmicas.

Além de mais poluentes, são mais caras e precisam ser acionadas quando chove pouco. Com isso, o déficit na conta das bandeiras tarifárias chegou a R$ 4,4 bilhões em 2017. Esse valor também é incluído na conta de luz, o que ocorre por meio dos reajustes anuais das tarifas das concessionárias.

O reajuste da Light acontece em março, mas não há estimativa oficial sobre o índice. Já para a Enel Distribuição Rio (ex-Ampla), a Aneel propôs aumento de 17,9% – o resultado oficial também sairá em março.

O reajuste depende também de outras variáveis, como subsídios, custo de geração de energia e comportamento do dólar. É definido anualmente, de acordo com cada empresa.

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 pela Aneel, como forma de recompor os gastos extras com o uso de energia gerada por usinas termelétricas, que é mais cara do que a de hidrelétricas. A cor da bandeira é impressa na conta de luz (vermelha, amarela ou verde) e indica o custo da energia em função das condições de geração de eletricidade.

Quando chove pouco, cai o nível dos reservatórios das hidrelétricas e é preciso acionar mais termelétricas para garantir o suprimento de energia no país. Nesse caso, a bandeira fica amarela ou vermelha, de acordo com o custo de operação das termelétricas acionadas. Foi o que ocorreu ano passado, quando os níveis dos reservatórios registram baixas históricas.

Por isso, em outubro, a Aneel aprovou um aumento de 42,8% no valor cobrado pela bandeira vermelha no patamar 2. A taxa extra na conta de luz cobrada nesse caso saiu de R$ 3,50 para R$ 5 a cada 100 quilowatts (kWh) consumidos. Na bandeira vermelha 1, são cobrados R$ 3 a cada 100 kWh. E na bandeira amarela, a cobrança adicional é de R$ 1. Quando a bandeira verde está em vigor, não há taxa extra nas contas de luz. É essa bandeira que está em vigor em fevereiro, devido ao aumento das chuvas na região das hidrelétricas.

Matéria Original: https://oglobo.globo.com/economia/falta-de-chuvas-deixou-rombo-de-44-bi-que-ira-para-conta-de-luz-22356684

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