A partir de junho, a conta de luz mais cara em Minas Gerais. Inicialmente, a expectativa é de um aumento de 22,63% para os consumidores residenciais e de 34,4% para os industriais. Em média, seria de 25,87%. Entretanto, a agência reguladora só baterá o martelo neste índice após receber as contribuições da população sobre o reajuste.
Para os consumidores, a preocupação é dupla. Além do impacto direto no orçamento, a indústria promete repassar a alta do custo para os produtos finais. “Esse aumento é simplesmente insuportável e foge totalmente dos parâmetros que deveriam ser praticados. Vai ter impacto direto porque a indústria terá que transferir para o custo de produção e isso vai prejudicar ainda mais o consumidor final”, destaca o vice-presidente do Centro das Indústrias de Minas Gerais (Ciemg), Dale Fialho.
Os impactos no orçamento preocupam. O representante do Instituto de Cultura, Educação e Arte da Periferia, Fábio Neves, veio de Montes Claros, na região Norte, para acompanhar a audiência na capital. “Temos visto várias famílias voltando a usar velas e candeeiros porque já não conseguem mais pagar a conta de luz. Esse aumento vai agravar mais o empobrecimento da nossa região”, destaca.
O deputado federal Weliton Prado (PROS-MG) considerou o aumento proposto muito elevado, uma vez que já não existe mais crise hídrica e, segundo ele, a alta das despesas da Cemig provocada pela ativação das térmicas já foram compensadas com o sistema da bandeira vermelha. Ele também criticou a data escolhida para a audiência. “É um absurdo marcar essa audiência pública para véspera de um feriado. A Aneel fez de propósito, para dificultar a participação popular”, diz.
O reajuste faz parte da revisão tarifária prevista nos contratos de concessão da Cemig. Acontece a cada quatro ano. O objetivo é equilibrar as tarifas com base nos investimentos.
FONTE: O Tempo